Há muito tempo que se especula sobre este assunto em conferências de logística e em revistas especializadas, mas há já alguns anos que é uma realidade: a tradicional guia de transporte está agora disponível em formato digital! A chamada e-CMR é nada mais nada menos do que um agente de mudança, pois permite às empresas de transportes trabalhar completamente sem papel e, portanto, de forma significativamente mais eficiente. Sem mais aborrecimentos com digitalizações e introdução manual de dados, sem atrasos no processo administrativo e sem queixas com dados incorretos, em falta ou ilegíveis, livrando-se finalmente de toda a papelada nos seus camiões. A E-CMR significa “digitalização na fonte”: assim que uma carga é entregue, esta é digitalmente “aprovada” e a prova de entrega fica disponível para todos os parceiros envolvidos na cadeia.
Hesitação
Apesar de tudo isto, ainda nos apercebemos de uma certa relutância por parte das empresas de transportes em substituir, efetivamente, a tradicional guia de transporte em papel pela e-CMR. Demonstram algum receio. A justificação para essa hesitação depende da situação da empresa em questão e das objeções de fundo referidas. Portanto, apresentamos uma lista com essas objeções.
Sem ratificação da Alemanha
Um obstáculo muito comum de que se ouve falar é que a e-CMR ainda não é aceite por todos os países. Isso é verdade. Até ao momento, 29 países na Europa e regiões vizinhas já ratificaram a e-CMR. Existem alguns países, incluindo a Alemanha, onde isto ainda não aconteceu. Será que é razão suficiente para não utilizar a e-CMR? Acreditamos que não. É apenas uma questão de tempo até que a Alemanha também adote a guia de transporte digital e não há nada que o impeça de usar lá a e-CMR. Segundo as autoridades competentes da Alemanha, também é necessário dar aos motoristas a guia de transporte em papel, no entanto, poderá continuar a desfrutar dos benefícios da e-CMR. Deixará os seus clientes muito satisfeitos com esta opção.
Incompatibilidade com sistemas de TI
Outra objeção que se levanta à e-CMR é que os sistemas de TI das partes envolvidas ainda não estão preparados. Contudo, este aspeto raramente se apresenta como um problema. Atualmente, vários TMS modernos são compatíveis com a e-CMR e mesmo as empresas com sistemas menos avançados podem usar o guia de transporte digital, apenas seria necessário criar uma interface especial. A e-CMR também poderia ser aprovada através de uma aplicação no telemóvel, mas, na realidade, esta opção é muito morosa. Uma solução integrada através do computador de bordo, que a Trimble fornece, com perfeita integração da e-CMR no fluxo de trabalho do motorista, torna-se muito mais eficiente e intuitiva para o motorista.
Período de recuperação do investimento na e-CMR
A terceira pergunta, que é também bastante legítima, está relacionada com o período de recuperação do investimento na e-CMR. Estudos realizados pela Hasselt University *, com 72 empresas de transportes belgas que trabalham com a e-CMR, demonstram que a digitalização da guia de transporte poupa até treze euros por cada guia. De forma geral, é difícil dizer que tipo de investimento é que isto representa. Depende, em grande medida, dos sistemas que já utiliza. Se já dispõe de um TMS moderno e se a sua frota está equipada com computadores de bordo da Trimble, por exemplo, então o passo para digitalizar a guia de transporte é muito pequeno. Se ainda se encontra numa fase inicial do seu percurso de digitalização, o seu caso de negócio é diferente.
Uma solução óbvia para empresas de transportes modernas
Na Trimble, somos grandes defensores da digitalização dos processos de transporte. Simplesmente porque vemos que empresas que investem nestas soluções têm um desempenho significativamente melhor e conseguem criar uma forte posição competitiva. A implementação da e-CMR é, portanto, uma solução óbvia, algo que todas as empresas de transportes modernas devem considerar. A e-CMR proporciona ao setor dos transportes a incrível oportunidade de dar um grande passo em frente. Não vai de todo perder esta oportunidade, pois não?!
*Transport with PIT: Innovative processes in the transport sector (R-8597) - Hasselt University 2019 (Transporte com PIT: Processos inovadores no setor dos transportes (R-8597) - Universidade de Hasselt, 2019 - Bélgica)
